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Picança (Sylvia atricapilla)
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O canto da Picança (Sylvia atricapilla)
Ordem: Passeriformes.
Família: Sylviidae (felosas, toutinegras e afins)
Também conhecida por Toutinegra-de-barrete-preto, Carapuço, etc.
Abundância, distribuição e habitat
Ave residente, invernante e migradora de passagem, muito comum em todo o país, embora a sua abundância varie conforme a região e a época do ano. Assim, durante a nidificação esta espécie é particularmente numerosa nos distritos litorais do Centro e do Norte, bem como nas regiões mais húmidas de Trás-os-Montes e Beira Alta, e escassa no Sul, interior do Alentejo e da Beira.
Durante o outono e inverno, as populações migradoras provenientes de quase toda a Europa ocorrem, em grande número, aos locais onde não nidificam, ou seja, interior do Alentejo e Sul do país. Prefere as matas pouco frondosas, onde predomina a vegetação baixa. Talvez por tal razão esta espécie, até agora, pouco tenha sofrido com a uniformização dos campos. É uma das aves, em Portugal, que melhor se adapta em ambientes urbanos, não sendo difícil encontrá-la nos parques e jardins das nossas cidades.

Taxonomia, características e alimentação
A Picança é uma ave com cerca de 14 centímetros de comprimento. No macho, o alto da cabeça é da cor preta, mas na fêmea é vermelha, cor de ferrugem. As cores das aves novas são praticamente iguais às das fêmeas. O seu canto, muito melodioso, sobressai por entre as moitas e o mato. Durante a primavera a dieta da Picança é essencialmente insectívora. No outono e no inverno alimenta-se principalmente de frutos e bagas.

Biologia da reprodução
E
m relação a Portugal pouco se encontra documentado sobre a nidificação desta espécie. A única coisa que se sabe é que, por cá, nidifica a subespécie Sylvia atricapilla heineken, enquanto a subespécie nominal, Sylvia atricapilla atricapilla, ocorre como migradora de passagem e invernante. No entanto, estudos noutros países Europeus permitem concluir que o ninho é construído de pequenas hastes secas, a baixa altura, por entre moitas ou no meio de urtigas. É tão efémero que, semanas depois de os filhotes o terem abandonado, já não existe. Podem efetuar duas posturas em cada primavera, com cerca de 5 ovos cada, e são os dois membros do casal que os chocam durante cerca de 12 dias, embora a fêmea o faça com mais assiduidade, em especial durante a noite.
Esta ave é extremamente sensível a quaisquer perturbações, quando se encontra no ninho. As crias nascem completamente despidas e cegas, com as suas goelas vermelhas, cor de sangue. No ninho são muito silenciosos e, quando muito, apoiam os seus pedidos de comida com pequenos murmúrios. Ao fim de 12 a 14 dias de idade abandonam o ninho, mesmo ainda antes de saberem voar, escondendo-se, uma a uma, entre as moitas, onde continuam a ser alimentadas pelos pais.

Movimentos e fenologia
Presume-se que a maior parte da população nidificante seja residente, embora existam locais de nidificação que são parcialmente abandonados no inverno. Os primeiros migradores de passagem surgem em finais de setembro e início de outubro, havendo depois um fluxo muito grande destas aves durante o mês de novembro. A maioria destes invernantes permanece em Portugal até finais de março. A recaptura de aves anilhadas no estrangeiro indica que invernam ou passam por Portugal aves provenientes da Europa Central e Ocidental, desde o Reino Unido, França, Suíça e Polónia. Para além das populações residentes e invernantes, passam também pelo país migradores Europeus de longa distância para invernarem em Marrocos e África subsariana

Fontes:
Aves Terrestres - Frieder Sauer. Revisão científica da edição Portuguesa: Prof. Doutor Fernando Frade.
Atlas das aves nidificantes em Portugal - Assírio & Alvim
Aves de Portugal - Paulo Catry, Helder Costa, Gonçalo Elias e Rafael Matias.
http://www.avesdeportugal.info | http://avibase.bsc-eoc.org | http://www.xeno-canto.org | http://www.javierblasco.arrakis.es/
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