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Guarda-rios (Alcedo atthis)
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O canto do Guarda-rios (Alcedo atthis)
Ordem: Coraciiformes.
Família: Alcedinidae (guarda-rios)
Também conhecido por Papa-robacos, Pica-peixe, Chasco-do-rego, Espreita-marés, Freirinha, Juiz-do-rio, Martinho-pescador, Passa-rios, Piçorelho, Pisco-ribeiro, Rei-do-mar, Bordaleiro, etc.
Abundância, distribuição e habitat
Ave residente e invernante, comum em todo o território nacional, mas menos frequente em zonas serranas a partir dos 1000 metros de altitude. Apesar de ser uma ave característica das linhas de água doce, em especial as de pequeno e médio caudal, também pode ocorrer em águas salobras ou salgadas, principalmente durante o outono e o inverno. Na orla costeira, por exemplo, pode ser encontrado em estuários, pisciculturas, lagoas, arrozais, valas, pauis, açudes, barragens e salinas. A espécie estende-se por todo o Continente Europeu, com exceção da Islândia e da Península Escandinava, onde ocorre somente no Sul da Suécia.
Uma parte da população Europeia inverna na Península Ibérica, França ou na costa Ocidental de África. As populações do Leste Europeu são quase todas migradoras, as do Centro são parcialmente migradoras e as do Oeste são sedentárias. De salientar que já foram capturados em Portugal indivíduos anilhados na Bélgica, no Reino Unido e em Espanha.

Taxonomia, características e alimentação
Em Portugal ocorre a subespécie Alcedo atthis ispida.
Algumas aves, pela sua beleza, canto ou comportamento, nasceram para a poesia! John Keats, por exemplo, poeta Inglês do século XIX, escreveu sobre um Rouxinol, enquanto Edgar Allan Poe dedicou um poema a um corvo e que o poeta Fernando Pessoa traduziu para português em 1924. Mas a vida do Guarda-rios compara-se mais a um romance épico que atravessa rios, ribeiros e lagoas, desde o nascer ao pôr-do-sol.
Ave rechonchuda, com a cabeça bem desenvolvida, pernas curtas e bico comprido, com cerca de 17 cm de comprimento e pesando entre 21 a 27 gramas, com cores que vão dos vários tons de azul ao laranja, passando pelo vermelho, diversos tons de verde, branco e preto, o Guarda-rios é, sem quaisquer dúvidas, uma das aves mais belas existentes em Portugal.
É facilmente identificável pelo seu canto característico e pelo seu voo silencioso, rápido e direto, quase sempre rente à água. A fêmea é muito semelhante ao macho, diferenciando-se deste pelos tons avermelhados que apresenta na base inferior do bico.
A dieta do Guarda-rios é composta, principalmente, por pequenos peixes, insetos aquáticos, crustáceos e anfíbios, que captura mergulhando ou em pleno voo. A espera, por vezes longa, é normalmente feita sobre um ramo próximo da água e a cerca de 1 metro da superfície. Depois de capturada, a presa é morta com pancadas violentas contra o poiso onde se encontra, para depois ser engolida inteira.

Biologia da reprodução
A época de reprodução pode ir de abril a julho. O ninho é, de preferência, num túnel com cerca de 70cm de comprimento, que macho e fêmea escavam, por turnos, em barreiras situadas nas margens dos cursos de água ou de lagoas, onde podem ser efetuadas até três posturas com 4 a 7 ovos cada, completamente brancos. Durante o dia os ovos são chocados por ambas as aves, mas durante a noite só pela fêmea. A incubação dura entre 19 a 21 dias e as crias voam entre os 23 a 27 dias de idade. Os juvenis são alimentados por ambos os progenitores durante cerca de 24 dias. É durante a aprendizagem do mergulho para capturar as presas que muitos juvenis morrem afogados. Depois de saberem alimentar-se por si próprias, as pequenas aves abandonam o território dos pais.

Comportamento
Ave bastante territorial, não permitindo a presença de outras aves da mesma espécie e sexo (comportamento agonístico). As lutas pela defesa do território chegam a ser, de certa forma, violentas, passando, inclusive, por tentativas de afogamento mútuo. Procura locais recatados, longe do ruído das cidades, mas é tolerante com a presença humana. Gosta particularmente de permanecer, imóvel, nos poisos escondidos das árvores e arbustos situados nas margens dos locais onde se alimenta.

Movimentos e fenologia
Embora considerados, de uma forma geral, aves residentes, os Guarda-rios podem efetuar movimentos amplos dentro do território nacional, provavelmente em resposta às condições de seca ou de pluviosidade intensa. Como referido anteriormente, existem algumas capturas em Portugal de aves anilhadas na Bélgica, Reino Unido e Espanha.

Fontes:
Aves Terrestres - Frieder Sauer. Revisão científica da edição Portuguesa: Prof. Doutor Fernando Frade.
Atlas das aves nidificantes em Portugal - Assírio & Alvim
Aves de Portugal - Paulo Catry, Helder Costa, Gonçalo Elias e Rafael Matias.
http://www.avesdeportugal.info | http://avibase.bsc-eoc.org | http://www.xeno-canto.org | http://www.javierblasco.arrakis.es/
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