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Cartaxo-comum (Saxicola rubicola)
Galeria Fotográfica
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O canto do Cartaxo-comum (Saxicola rubicola)
Ordem: Passeriformes
Família: Muscicapidae (papa-moscas)
Também conhecido por Cartaxo-preto, Chasco-preto, Caga-estacas, Borra, Pardinho, etc.

Abundância, distribuição e habitat
Ave residente, com alguns indivíduos invernantes, muito comum em todo o território continental Português, sendo apenas localmente raro, durante a primavera e o verão, em alguns sectores do extremo Sueste do país. Prefere habitats agrícolas, pastagens, terrenos incultos, vinhedos, montados e vegetação dunar, evitando os bosques fechados, matos muito densos e desenvolvidos e zonas densamente urbanizadas, podendo, contudo, ser avistado no interior de vilas e pequenas cidades desde que haja terrenos não edificados. É na Extremadura, no Ribatejo e no Alentejo que é mais abundante.

Taxonomia, características e alimentação
Com cerca de 12,5 centímetros de comprimento, a cabeça do macho é preta e os lados do pescoço brancos; no inverno, são de um tom acastanhado. As fêmeas são menos vistosas mas em voo mostram, tal como o macho, um espelho nas asas marcadamente branco.
O Cartaxo-comum é um caçador de espera, capturando insetos, aranhas e outros invertebrados na vegetação, no solo ou até em pleno ar. Ocasionalmente pode alimentar-se de bagas silvestres e sementes.

Biologia da reprodução
O Cartaxo-comum é um dos primeiros passeriformes a iniciar, em Portugal, a sua reprodução. Com efeito, logo em janeiro o macho inicia a sua "monótona" cantiguinha de amor, sempre a partir dos mesmos poisos.
Antes da cópula ele corteja a fêmea andando à sua procura de asas abertas e cauda espraiada, de forma a pôr em destaque a sua plumagem rica em contrastes.
Em meados de fevereiro a fêmea inicia a construção do ninho, usando palhas e musgo, a uma altura não superior a um metro, dentro de silvados ou moitas, mas sempre muito próximo do poiso principal do macho, onde põe um ovo todas as 24 horas, até perfazer um total de 5 ou 6. 
A incubação dura 13 a 14 dias e as crias voam entre 12 a 16 dias depois de nascerem. A espécie pode criar até 3 ninhadas por ano.
Como em todas as aves de coloração diferente entre os dois sexos, só a fêmea é que choca, fazendo uma pausa para se alimentar e banhar-se, mais ou menos de hora a hora. O macho leva-lhe a comida ao ninho, fazendo-se anunciar com um gorjeio especialmente cativante.
Se algo ou alguém se aproximar do ninho, macho e fêmea rodeiam o intruso esvoaçando e batendo as asas e a cauda a fim de lhe desviar a atenção.
Os filhotes começam a voar, como foi dito anteriormente, entre 12 a 16 dias depois de nascerem, indo-se esconder na vegetação rasteira, onde procuram chamar a atenção dos pais indicando-lhes os locais onde se encontram a fim de eles lhes levarem os alimentos.

Movimentos e fenologia
Em Portugal, esta ave é, essencialmente, residente, realizando movimentos dentro do país.
Em alguns locais do Algarve, por exemplo, o cartaxo-comum só surge durante a época fria. Por outro lado, nas zonas serranas do Norte e Centro, tornam-se raros ou desaparecem completamente durante o Inverno.
Não existem em Portugal muitas recapturas destas aves anilhadas no estrangeiro, a não ser um caso de uma ave proveniente do Reino Unido, duas da Bélgica e uma de Itália.

Fontes:
Aves Terrestres - Frieder Sauer. Revisão científica da edição Portuguesa: Prof. Doutor Fernando Frade.
Atlas das aves nidificantes em Portugal - Assírio & Alvim
Aves de Portugal - Paulo Catry, Helder Costa, Gonçalo Elias e Rafael Matias.
http://www.avesdeportugal.info | http://avibase.bsc-eoc.org | http://www.xeno-canto.org | http://www.javierblasco.arrakis.es/
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